segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

A dor da filha e a realidade


Miruna Kayano Genoíno, filha do deputado condenado José Genoíno, concedeu ontem entrevista ao jornal Folha de S.Paulo falando sobre a condenação e a prisão de seu pai.
É absolutamente compreensível a dor da filha. No lugar dela, com certeza eu faria o mesmo: defenderia meu pai até o fim.
Mas a realidade é que Genoino não é um preso político como sustenta a filha. Ele foi preso por corrupção ativa e formação de quadrilha. Ele foi preso porque ajudou a usar dinheiro que poderia ser investido em saúde, educação, políticas públicas que apontem para melhorar a vida das pessoas, etc., para pagar apoio no Congresso ao projeto do governo do PT. Foi isso.
Preso por ter sido condenado por corrupção, Genoino continua recebendo R$ 26 mil mensais da Câmara dos Deputados. Isso sim é vergonhoso pois o preso comum, se tivesse trabalhando no dia da prisão, perderia o emprego e ponto.
Ela também criticou o fato de não ter “plantão médico” na Papuda, o presídio em que estava seu pais.
Em que país vive Miruna? No Brasil real há muitos prontos socorros sem médicos plantonistas para atender trabalhadores que, aos milhares, morrem por falta de atendimento médico país afora.

A dor da filha me comove profundamente. A prisão do pai, no entanto, me faz ter esperança que o Brasil esteja mudando para melhor.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Dois Brasis



 

Definitivamente o Brasil dos presidiários do PT não é o mesmo  dos demais cidadãos que vivem nesse país varonil.  Para começar, no Brasil da maioria, mesmo que tenha roubado apenas uma galinha, o condenado passará o resto da vida carregando um estigma do tamanho de um bonde. No Brasil dos presidiários petistas a vida segue mansa, não há problemas financeiros e nem desemprego.
José Genoino, sentenciando com mais de seis anos em regime semi-aberto por corrupção ativa e formação de quadrilha, continua deputado e recebendo R$ 26 mil por mesa, além das demais vantagens que o cargo lhe confere. Ficou doente e foi avaliado por junta médica, na prisão e, depois, no hospital. Os dias em que ficou preso na Papuda, em Brasília, recebeu visitas e teve uma cela limpa, arejada, com tevê. Depois foi autorizado judicialmente a cumprir pena na casa da filha, em Brasília, em razão do seu estado de saúde. Ficou confirmado que ele está bem fisicamente mas continua na casa da filha.
No Brasil real, visita é semanal e o visitante é submetido a todo tipo de vexame para garantir que não leve o que tem de sobra nas cadeias – celulares, drogas, etc.  As prisões são depósitos de seres humanos, fétidas, não servem para reeducar ninguém. Se doente, o preso comum terá que esperar disponibilidade de escola, viatura e, sobretudo, boa vontade para ser encaminhado a um hospital do  Sistema Único de Saúde (SUS).
Mas o que mais varre com vigor a realidade para baixo do tapete é o empregão do preso Zé Dirceu. Mesmo antes da autorização judicial, ele conseguiu emprego como gerente administrativo  num hotel em Brasília com carteira assinada, salário de R$ 20 mil,  para ser subordinado de uma gerente geral que ganha R$ 1,8 mil por mês.

Ou já inverteram a pirâmide social – e os do andar de baixo passaram a ganhar mais que os do andar de cima – ou, no país do Zé, estão rindo das nossas caras de Mané!

quarta-feira, 13 de março de 2013

GPA promove ato contra envenenamento de animais em bairro de Registro


O Grupo de Proteção aos Animais (GPA) convida para o ato público contra o envenenamento de animais na Vila Nova, em Registro. A saída será 18 horas desta sexta 15/03, em frente ao Casarão. Haverá distribuição de folhetos informativos à população. Desde o final do ano passado, acredita-se que mais de cinquenta animais (cães e gatos) tenham sido envenenados no bairro.

O folheto alerta que Envenenar animais é crime e dá cadeia. De acordo com a Lei 9.605 - Lei de Crimes Ambientais , quem maltratar, ferir ou mutilar animais deve ser punido com detenção de três meses a um ano e multa. Se o animal morrer, a pena é aumentada de um sexto a um terço. Se além de matar o animal, o veneno afetar alguma pessoa, o crime é qualificado como tentativa de homicídio

DENUNCIE – A ATITUDE DE TODOS PODE LEVAR A POLÍCIA AO CRIMINOSO

A polícia precisa de provas - Quando um animal morrer com suspeita de envenenamento, você deve fotografá-lo no local, assim como os restos de alimentos suspeitos de conter o veneno. Em seguida, leve tudo (o animal e o alimento) para o veterinário para, se for o caso, emitir um laudo oficial da causa da morte.
 
Delegacia - Com as provas, você deve registrar um boletim de ocorrência na delegacia de polícia. O escrivão lavrará um termo circunstanciado detalhando o crime, conforme a legislação vigente.
- O termo é encaminhado para a Delegacia de Investigações Gerais para se chegar ao criminoso.  
 
Não se cale diante da crueldade.
Denuncie. 
Assim, você contribui para a polícia chegar ao criminoso.
 
DENÚNCIAS ANÔNIMAS DE MAUS TRATOS AOS ANIMAIS – LIGUE 181
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terça-feira, 12 de março de 2013

Adriano, Beiber, Genoino, Chalita, Feliciano e a Justiça


A eleição municipal para escolha do novo prefeito de Eldorado será no próximo dia 7 de abril. Em Cananéia Pedrinho do Bar, presidente da Câmara Municipal, continua sendo o prefeito enquanto a Justiça prossegue análise do recurso interposto por Adriano Dias.

O cancelamento dos registros dos prefeitos eleitos de Cananéia e Eldorado mostra que a Justiça brasileira, nesse caso, a Justiça Eleitoral muitas vezes se dissocia da vontade do povo.  Valmir Beiber foi eleito em Eldorado com mais de 60% dos votos mas a Justiça Eleitoral cancelou seu registro e, portanto, considerou nulos mais de 60% dos votos dos eleitores eldoradenses,  porque Beiber filiou-se ao PMDB local uma semana após o prazo legal.
Beiber: o prefeito que o povo de Eldorado queria

Ora, Beiber era filiado ao PMDB de sua cidade natal, em  Santa Catarina. O programa do PMDB é o mesmo do Oiapoque ao Chuí, por que então a vontade popular não se impôs sobre uma legalidade boba – domicilio eleitoral ?

O caso do prefeito reeleito de Cananéia é ainda mais revelador de quanto a justiça está distante da vontade do povo a quem deve servir. Em 2006, durante a campanha eleitoral de deputado,  Adriano Dias, que é médico,  usou papel de propaganda eleitoral de um candidato a deputado federal para anotar o nome de um remédio a pedido de um cidadão.
Adriano Dias

No posto de saúde alguém confiscou o papel e usou para demitir Adriano, que era funcionário da prefeitura. Como o salário atrasava constantemente e tinha dois outros empregos – no HRVR e na prefeitura de Cajati – Adriano não contestou a demissão a bem do serviço público.

Dois anos depois, Adriano foi eleito prefeito e seus opositores não conseguiram impedir sua candidatura por conta da demissão.  Em 2011, no entanto, a Lei da Ficha Limpa deu argumentos para tentar impedi-lo de ser candidato à reeleição.
Com liminares Adriano conseguiu ser candidato, foi eleito, diplomado e teve o registro cancelado e, consequentemente, o diploma cassado.

Ora, se ele cumpriu um mandato sem qualquer ato que desabonasse sua conduta pública, por que um acontecimento anterior ao seu primeiro mandato tornou-o inelegível? Dá para entender isso olhando a vida com olhos livres ?

Enquanto Adriano e Beiber, que não cometeram crimes, foram punidos pela Justiça,  José Genoino, ex-presidente do PT, assumiu uma cadeira de deputado federal mesmo tendo sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a seis anos e onze meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no julgamento do mensalão.

Gabriel Chalita (PMDB), também deputado federal, acusado de ter sido beneficiário de um esquema de corrupção que lhe rendeu R$ 40 milhões quando foi secretário da Educação do Estado de São Paulo, preside a Comissão de Educação da Câmara Federal.

E, reentemente, foi eleito presidente da Comissão dos Direitos Humanos o deputado federal Marco Feliciano (PSC), réu no STF por crime de estelionato. Pastor da Igreja Assembleia de Deus, o presidente da Comissão de Direitos Humanos  é autor de afirmações homofóbicas e racistas. Segundo opinou, o amor entre pessoas do mesmo sexo leva “ao ódio, ao crime e à rejeição” e africanos descendem de um animal “amaldiçoado”.

Esses homens, com biografias manchadas por corrupção ou suspeita de, e detentores de opiniões tão rudimentares sobre a condição humana, são responsáveis por escrever e aprovar leis que interferem no dia a dia de todos os cidadãos.